Rio Moment’s, Castelo de Paiva

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A vida exige-nos perspectiva. Quando a enfrentamos e às suas solicitações, quando nos sentimos assoberbados pelo binómio espaço-tempo, quando nos vemos acantonados numa bola de neve que só quer crescer e ser uma avalancha adulta e cada vez mais fria. Quando, para dar valor ao que temos precisamos de tempo. Quando, em busca de paz, precisamos de distância.

Todos estes fenómenos são mais interiores do que exteriores, por muito que nos custe. A nossa disposição depende mais de nós do que da forma escorregadia do que nos rodeia. 

É, pois, possível mitigar a ansiedade e o novelo quotidiano a sós. Ainda assim, o dever de nos abrirmos ao mundo, quando somado à oportunidade ou à necessidade, pode ajudar-nos.

Na demanda do silêncio procuramos distância. Tendemos a medi-la em quilómetros.

Com a forma cada vez mais arredondada do mundo em que vivemos, onde as crianças nascem com genes tecnológicos, a distância deixa de existir. Ou passa a estar aqui ao lado.

Percebe-se logo no caminho que o Rio Moment’s Country House Paiva Valley vale a pena. A surpresa a cada curva, a inclinação inquietante, o “purgatório antes do paraíso” nas palavras de Lino.

Foi assim que se apresentou o nosso anfitrião. A cadência das suas palavras espelha o que nos rodeia: “o som do silêncio, dos pássaros e do rio Paiva”, como repete aos hóspedes em várias línguas. O seu discurso cuidado é a alegoria do espaço: sofisticação recatada.

A renovada quinta apresenta óptimas condições para a prática da introspecção e, se quisermos, da preguiça. O afastamento do urbano, os suspiros naturais, a decoração acolhedora, os sabores caseiros de Carla… Estamos em casa.

Há pormenores que se destacam como o baixo duma banda: fazem-nos falta apenas quando notamos a sua ausência. Aqui, são-nos oferecidos. 

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Podemos usufruir da infinity pool, do sossego duma cascata no final dum pequeno passadiço, da espessura adocicada do ar da montanha e, como se não bastasse, duma companhia cosmopolita e respeitadora, tudo isto a pouco mais de trinta quilómetros do Porto.

Enquanto usufruía do sol que negou continuamente a razão aos meteorologistas imaginei-me repetidas vezes a escrever num sítio assim. 

Era capaz de, apesar da minha relativa dependência da agitação da urbe, escrever ali.

E esse é o melhor elogio que posso fazer. 

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Nota: A mulher bonita fui eu que levei. Qualquer périplo é melhor acompanhado, porque há sempre um destino, mas o que conta é a viagem.

Aqui vos deixo o link do Rio Moment’s no Booking, onde atingiu uma notável classificação de 9,5: http://www.booking.com/Share-8V6McH

Site Rio Moment’s: http://www.riomoments.com

 

Fotografias: ©Fernando Miguel Santos, ©Andreia Filipa Cardoso