Competências: hard skills e soft skills

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O que é mais valorizado pelos empregadores? Aquilo que sabemos e temos ou aquilo que somos? É exactamente sobre essa diferença que reside a maior taxa de insucesso em entrevistas. Os candidatos debruçam-se, na maioria das vezes, naquilo que têm (o diploma), no que supostamente sabem (a formação que tiveram) e não naquilo que são (as características pessoais e intrínsecas que realmente fazem o perfil do candidato.

Experiência

Esta problemática é muitas vezes espelhada na “pescadinha-de-rabo-na-boca” da experiência e da formação. Quando saímos da faculdade ou do nosso curso de formação, somos amiúde rejeitados por falta de experiência, mas se não nos derem oportunidade de trabalho nunca a vamos ter e continuaremos sempre nesse ciclo.

Por outro lado, existe a experiência que traz vícios. Alguém com muita experiência pode ser rejeitado por ter hábitos que remetem ao seu posto de trabalho anterior e que não se coadunam com a nova oportunidade. Ou seja, a experiência não é tudo.

Prioridade aos soft skills

Por isso é que os soft skills são prioritários. Os hard skills como a formação, o conhecimento, as classificações são factos importantes, sem dúvida, mas que nada dizem do candidato. Como ele, muitos outros estudaram ali, tiraram notas iguais, fizeram os mesmos estágios e, num mundo desigual, alguns até compraram alguns dos diplomas de formações que apresentam no CV.

Se todos os candidatos são praticamente iguais, o que diferencia é a pessoa que está por detrás do candidato. Se é de confiança, se é aplicada, se é resiliente e resistente à mudança, se é um bom moderador de conflitos, se é alguém flexível e com grande capacidade de adaptação… Isso sim é a pessoa que todos procuram.

Isso acontece porque, com os hard skills básicos, uma empresa pode moldar um candidato com soft skills de destaque à sua filosofia e fazer dele uma mais-valia. Durante esse persurso, os hard skills também aumentarão por consequência, o que não acontece necessariamente na ordem inversa.

Soft skills resistem à mudança

Todos sairemos do sítio onde trabalhamos hoje ou, pelo menos, algo mudará nas nossas funções. Em última análise, muito mudará na nossa vida profissional. Podemos mudar de posto, de empresa, de patrão… A entidade que nos paga pode falir, pode ficar obsoleta com o avanço tecnológico, pode retirar-nos a vantagem que os nossos hard skills possam constituir. Já os soft skills são aquilo que ninguém nos tira. Somos nós.

Qualquer candidato que se sente perante um entrevistador deve lembrar-se que está prestes a iniciar uma viagem. O entrevistador, da sua parte, tem presente que o quotidiano faz o futuro, por isso não aponta para longe. Aponta para amanhã, ou mesmo para o agora, para preparar esse futuro.

O candidato tem de saber que ser quem é pode ser o seu maior trunfo porque isso fará ambos aproveitar para ver mais do que apenas o destino. Afinal, há sempre um destino, mas o que conta é a viagem.