Madeirenses, gays e emigrantes

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O que têm de semelhante os madeirenses, os gays e os emigrantes?

Excluindo o facto de que existem pessoas que não são nenhum dos três e outras que são os três ao mesmo tempo, claro.

Madeirenses

Se nos concentrarmos na ilha da Madeira, apercebemo-nos duma rara concentração de pessoas reconhecidas à escala mundial, como Cristiano Ronaldo e Fátima Lopes.

Em termos de estudos e oportunidades, os madeirenses podiam submeter-se ao handicap de viverem numa ilha, de não terem a mesma oferta, das oportunidades não lhes serem facultadas equitativamente. Isso obriga-os a tomar uma decisão e, muitas vezes, a procurar o seu caminho noutro lugar.

Gays

Os homossexuais conseguiram, ao longo dos anos, atingir a mais do que devida tolerância da sociedade e, enquanto isso, foram-se protegendo, chegando mesmo a criar um lobby de promoção ao seu desempenho que não escapa aos mais atentos. Também eles podiam considerar-se desfavorecidos por terem de lutar contra interesses e preconceitos tão enraizados na nossa cultura, mas acabam por se assumir como um grupo de poder e com uma força que essas adversidades, quando olhadas superficialmente, não explicariam.

Emigrantes

Por últimos, os emigrantes. Imensos portugueses partiram e partem para os quatro cantos do mundo. Antes simples trabalhadores que se lamentavam da falta de ajuda do Governo e que reivindicavam direitos e mais direitos, esquecendo que o seu papel também era importante, regressam a casa, um dia, com os bolsos, o ânimo e a realização cheios. Lá fora, enfrentaram uma nova língua, uma nova cultura, um novo sistema fiscal, solidão, distância e… sucesso.

Deram a volta às adversidades, lutando.

Zona de Conforto

Estes três grupos fizeram o que a todos seria útil: saíram da zona de conforto. Procurando além dos seus limites, encontraram novas oportunidades, novos objectivos e um caminho melhor para as suas ambições. Ganharam mais motivação, mais empenho, mais garra e chegaram mais longe.

Quando é que vais deixar a tua zona de conforto? É que nem precisas de ser gay, madeirense ou emigrante. Basta quereres.

Há pessoas a que a viagem fortalece, porque são os obstáculos com que lutamos que fazem de nós o que somos. O destino parece fácil quando não conhecemos o percurso. Por outro lado, pode ser assustador.

No entanto, o importante será sempre ir. Porque há sempre um destino, mas o que conta é a viagem.